segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Premutos - Der Gefallene Engel (Alemanha, 1997)


Filme: Premutos - Der Gefallene Engel / Premutos: The Fallen Angel, Premutos, El Ángel Caído / Premutos: Lord of The Living Dead
Diretor: Olaf Ittenbach
Ano: 1997
País: Alemanha
Duração: 106 minutos
Elenco:  André Stryi, Christopher Stacey, Ella Wellmann, Olaf Ittenbach

Premutos foi o primeiro anjo caído a ir contra Deus, antes mesmo de Lúcifer. De tempos em tempos ele volta a Terra em carne e osso com seu exército de mortos-vivos para dominar a humanidade, espalhando doenças, ódio, pragas, pecados e mortes. O filme começa com estes dizeres em meio a um massacre na Índia durante a Idade Média. Logo de cara uma cabeça é decepada de uma forma cômica e Monty Pythonesca, o que nos faz concluir que estamos nos deparando com uma comédia. Uma comédia, mas com MUITO gore. Neste massacre, corpos e membros são rasgados como trapos. Um filho de Premutos literalmente reencarna, juntando pedaços de corpos a um esqueleto até ganhar a forma de um homem. Este homem é apunhalado e morre, mas retornará!

Centenas de anos depois, em 1942, somos transportados para um vilarejo onde um homem chamado Rudolf escava corpos no cemitério buscando a fórmula de vida eterna para a sua esposa enferma. Ele é caçado pelos homens da vila que encontram em seu porão montes de corpos decompostos. Os mortos voltam à vida e atacam os caçadores. Isso só faz aumentar a ira dos homens que vão atrás de Rudolf, enquanto este encontra o antigo livro que procurava, uma espécie de Necronomicon. Neste momento é surpreendido por um homem e, para livrar-se dele, crava-lhe uma pá na cabeça. 



Em casa, Rudolf prepara a receita para reavivar a mulher. Quando ela toma a milagrosa gemada, a mulher levanta como um zumbi, cuspindo sangue (lembrando do Exorcista) e arrancando a pele de seu rosto e explodindo em seguida. É quando sua casa é invadida pelos homens em busca de justiça. Após algumas trapalhadas e mortes acidentais, os homens acertam milhares de tiros em Rudolf e queimam a sua casa.

Justiça feita pula-se mais alguns anos até a Alemanha contemporânea. Conhecemos Mathias (interpretado pelo diretor Olaf Ittenbach), um jovem desastrado que sempre que dorme ou perde a consciência (o que acontece facilmente), de alguma forma, tem a visão das aparições de Premutos em diferentes épocas. 



Sei pai, Walter, um militar maluco, que mata moscas com tiros de espingarda, desencava o tal livro do Premutos juntamente com aquelas poções e os leva para casa. 
Mathias, pra variar, acaba levando um chute no saco durante uma partida de futebol. Quando vai para casa repousar, se depara com o livro do Premutos e começa a lê-lo enquanto ocorre a festa de aniversário de seu pai com alguns poucos convidados, incluindo Hugo, um homem aparentemente covarde que é insultado pela mulher (ou ex-mulher, sei lá) que fica depreciando-o enquanto dá em cima do outro amigo bêbado.

Enquanto Mathias vai lendo o livro e pegando no sono, ele vai visualizando suas vidas passadas como filho de Premutos em suas tentativas frustradas de trazer o seu pai. Estas passagens soltas vão compondo uma colcha de retalhos e passam a ficar mais interessantes que a realidade, enquanto a chatíssima festa ocorre. Numa destas visões, ele vê a crucificação de Cristo, que renasce com o milagroso líquido amarelo.

Mathias, desastrado como é, deixa um dos vidros com o líquido amarelo cair no saco. Isto é o suficiente para mais um retorno de Premutos, que parece invocar os mortos para matar os vivos. Mathias morre no sofá ao ser enrolado e dilacerado por arames e tubos de metal que parecem criar vida.

Os zumbis passam a surgir de todos os lugares possíveis invadindo e animando a festinha (lembraram do Fome Animal?). Como em A Noite dos Mortos Vivos, eles vão para o porão e bloqueiam as entradas. Felizmente, como Walter é um militar alucinado, tem um arsenal no porão e, como no filme de Romero, há uma pessoa altamente irritante que ajuda mais morta do que viva. É o que ocorre com a mulher xarope. Neste momento Hugo, o até então fraco e submisso, torna-se um verdadeiro badass matador de zumbis com uma pontaria infalível. A carnificina come solta e empilham-se muitos corpos com a munição infinita a qual dispõem. A longa sequencia final chega a cansar por tantas mortes, muitas delas pouco inspiradas ou criativas. 




O final é bastante sangrento, com direito a motosserra e machado, enquanto os zumbis não param de aparecer formando uma contagem de corpos astronômica que é revelado no final: Body Count = 139.

Surge então Mathias, como a nova encarnação do filho de Premutos, mas, como sempre é facilmente eliminado, quer dizer, facilmente quando se tem um tanque de guerra em casa. Ele volta a se formar a partir de outros corpos e está pronto para matar todos e escravizar a humanidade! Por sorte, ele pisa em um skate e Hugo o explode com uma granada. Mais uma aparição frustrada de Premutos e, como sempre, o mundo está a salvo novamente.





Feito o serviço duro, o casal que sobra tem um destino inusitado, mas não menos divertido.

Muitas vezes a definição do que pode ser classificado como trash é confusa. Mas não há melhor forma de enquadrar Premutos como um filme totalmente trash. O filme é de baixo orçamento, as atuações são pavorosas e a carnificina é generalizada. Se isto não bastasse, a versão dublada para o inglês é horrorosa, no melhor estilo Tela Class, totalmente fora de sincronia. O filme todo deve ter sido dublado por poucas pessoas, pois um mesmo dublador faz as falas de várias pessoas, inclusive imitando vozes de mulher. Na cena do jogo de futebol, parece que a dublagem foi gravada dentro de um banheiro. Além disso, outra coisa que reforça o nível trashístico do filme é a sonoplastia fajuta dos tiros e ferimentos de espada.
Quanto a história, acaba sendo bastante confusa e o filme é mais longo do que deveria, com mais de 100 minutos. Porém, o nível amador do filme (que também acaba divertindo) é compensado por efeitos gore nojentos e até bem feitos. Garantia  de cabeças e membros decepados, tripas expostas e muito sangue e diversão.

Assim como Jörg Buttgereit, Olaf Ittenbach é um dos grandes nomes do gore alemão, sendo além de diretor, o responsável pelos sangrentos efeitos especiais. Premutos é o seu segundo filme, antecedido por Black Past (1989), e sucedido por Burning Moon. Todos muito sangrentos e com a atuação de Ittenbach. 

------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Bem, jovens, mais um post chegando ao fim e espero que tanto este quanto os anteriores tenham sido interessantes para alguém. Sei que não sou um grande crítico ou conhecedor de cinema, mas gosto do assunto e tenho conseguido aprender um pouco mais pesquisando, escrevendo para o blog e claro, assistindo filmes. Espero ir melhorando as resenhas com o tempo. Fiquem à vontade para comentar o que estão achando do blog e o que pode ser melhorado.
Valeu!