terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Seeding of a Ghost (Hong Kong, 1983)

Filme: Seeding of a Ghost / Zhong gui / Black Magic 5
Diretor: Kuen Yeung 
Ano: 1983
País: Hong Kong 
Duração: 88 minutos
Elenco: Norman Chui, Phillip Ko, Maria Jo 

Um homem é pego cavando túmulos e quando escapa é atropelado por um táxi. Ao invés de morrer ele aparece dentro do táxi dizendo que usa magia negra, mas o motorista e sua família podem sofrer por ter quebrado a sua magia.
O motorista, Chau, é casado com Irene, que trabalha em um cassino. Ela começa a traí-lo com um dos frequentadores do cassino, Anthony Fang. Será essa a maldição que o feiticeiro previu?
Ela pede que ambos se divorciem e fiquem juntos, mas Fang não quer e eles discutem. Ela salta do carro e chama o marido. Antes que ele chegue ela é perseguida por dois malandros e foge para uma mansão abandonada onde a estupram violentamente e quando ela tenta fugir, cai de um andar e morre. Seu marido recebe uma misteriosa ligação dizendo que ela está na mansão. Lá o pneu fura e enquanto Chau está trocando, o novo pneu rola sozinho - muito antes do Rubber - levando-o até o local onde está o cadáver da esposa. 
Logo a eficiente polícia chega a Fang e aos assassinos de fato, que haviam sido vistos por Chau na noite do crime. Os dois suspeitos são liberados e tentam matar Chau para não incriminá-los, mas Chau dá uma surra nos dois e vai atrás de Fang. Os dois lutam - o bom na Hong Kong da Shaw Brothers é que todo mundo é bom de briga - mas Chau se dá mal e fica com a perna quebrada. 


Chau volta ao feiticeiro para punir os assassinos de sua esposa, que o adverte que é perigoso usar a magia negra para a vingança. Chau insiste e eles fazem um ritual para que o espirito de Irene infernize os assassinos. O feiticeiro extrai o espírito do corpo de Irene, que retorna sob a a forma de um corpo esquelético e agora os assassinos não terão mais paz!
Paul, um dos assassinos, quando está comendo macarrão o mesmo se transforma em minhocas. O outro deles, Peter, tem sua refeição transformada em cérebros sem que ele possa ver. Durante à noite em sua casa, todos os líquidos começam a borbulhar, incluindo a privada que devolve a merda e explode.
Fang, que não matou ninguém, apenas traiu sua esposa com uma mulher casada, entra na história e também é punido pelo espírito vingativo de Irene, que queria o casamento. Mas quem acaba sendo punida é a pobre esposa de Fang, que além de ter sido traída, ainda fica possuída e tenta matar Fang. Fang tenta os serviços de curandeiros para neutralizar o feitiço, mas não tem poder suficiente para tal.


Paul agora é perseguido pela irmã possuída que mostra uma tara incestuosa e morre ao ser empurrado por ela de cima de um prédio. Já Peter, tem suas costas rasgadas expondo sua coluna e segue uma luz violeta que o leva até o feiticeiro. O corpo dele alimenta o corpo cadavérico de Irene, que até então ficava mexendo a boca, mas agora começa a flutuar, faz umas piruetas no ar e suga a energia do falecido. Com efeitos luminosos bisonhos, temos o coito voador da portadora do espírito de Irene com o espírito luminoso de Peter, que a deixa grávida.


Na sequencia temos um duelo à distância de feiticeiros, os budistas do amante contra o bruxo da magia negra do marido traído, com direito a batalha de bolas de fogo voadoras, até que uma retorna ao feiticeiro de Chau que morre e isso interrompe o feitiço na esposa de Fang.
Como alertado pelo feiticeiro, Chau começa a sentir os efeitos colaterais da magia negra e seu braço vai se deteriorando - na verdade parece só um monte de barro seco. Ele faz uma transfusão de sangue - sem se preocupar com o tipo sanguíneo - para o corpo podre que é ocupado por Irene e reativa a magia. 


Enquanto isso, Fang e a esposa, que estava grávida, estão em uma festa com amigos e chamam o médico pois ela não se sente bem. Ela tem sua barriga explodida dando à luz a uma criatura com tentáculos e cheia de dentes pontiagudos que ataca e vai desmembrando o pessoal lá e por fim Fang. Lembrando Alien, da boca da criatura sai uma cabeça ensanguentada que morde Fang. Um tentáculo o penetra e o mata. O monstro continua mastigando e decepa o braço de uma mulher. Por fim, o médico - que tem uma maquiagem de ferimento pra lá de ridícula - acerta um tiro e mata a criatura. Será? A cabeça dentro dela aparece e se move e temos um final aberto, ou simplesmente a falta de um final, já que tanto faz, nada até aqui fez muito sentido, então vamos simplesmente acabar este filme.


Quando vi este filme tinha noção que se tratava de um Cat. III, e ele vai se encaminhando para o final sem parecer tão trash, apenas um tanto bizarro, mas nada que não se tenha visto muito mais insano em The Boxer's Omen, por exemplo, embora tenhamos mais cenas de nudez, e a cena de estupro, o que já deve justificar esta classificação do filme. Mas temos a cena do coito luminoso voador, que é memorável. Assim como o final, onde temos uma apoteose de sangue, gore e trash, fazendo relembrar bons momentos do gore/body horror tradicional dos anos 80, coisa que não temos no The Boxer's Omen neste nível. O filme foi um dos casos de Cat. III classificados retroativamente, já que o filme é de 1983 e a classificação só entrou em vigor à partir de 1988.


Para mim, é um dos filmes obrigatórios de Hong Kong que tratam de magia negra em duelo com o budismo e bizarrices mil, sem medo de fazer sentido e abusando de efeitos sangrentos e alguns luminosos, como de costume. Seeding of a Ghost, assim como os filmes similares da época, é uma experiência insana e esquisita aos nossos olhos ocidentais, o que faz com que o filme ganhe uma carga trash, ainda mais por não poupar também no quesito sanguinolência e efeitos toscos, importando os bons momentos do cinema gore oitentista americano.  
No caso de Seeding of a Ghost, não é exagero dizer que é uma mistura dos filmes de magia negra com algo de rape/revenge, só que aqui de uma forma sobrenatural. Assim como The Boxer's Omen, também de 1983 e de compartilhar atores como Philip Ko, o filme foi lançado pela Shaw Brothers e também não deixa de lado as artes marciais, marca da produtora. Clássico!

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